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A primavera tem tudo a ver com renovação, até naquilo que se come e bebe. Nos tempos austeros, frios (e bem molhados!) deste último inverno, o corpo pediu pratos intensos e calóricos para recuperar as energias, bem como os vinhos adequados à época, mais encorpados e vigorosos. Com as temperaturas a subir, aumenta a disposição para comidas mais leves, cresce o consumo de saladas, pratos de peixe, carnes grelhadas, e as esplanadas estendem mesas e cadeiras para aproveitar os raios de sol. É também nesta época que aparecem no mercado os vinhos jovens, das mais recentes colheitas, uma boa parte deles já de 2013, ainda a cheirar à vindima que há poucos meses decorreu.
Normalmente, os vinhos brancos estão prontos mais cedo do que os tintos e, por isso, enquanto a partir de março já existe uma grande oferta de brancos de 2013, as novidades nos tintos ainda andam, na sua maioria, pela vindima de 2012. Mas nem sempre é assim, sobretudo no que respeita aos tintos mais simples, suaves e fáceis de beber, dos quais já encontramos nas prateleiras bastantes referências de 2013. Como todas as colheitas, a de 2013 também teve as suas características particulares. A chuva que caiu a partir dos últimos dias de setembro afetou uma parte das uvas tintas, aquelas que ainda não estavam maduras nessa data.
Da vindima de 2013, podemos contar com brancos excelentes em todos os segmentos de preço, tintos muitos bons, sobretudo nas gamas baixa e média e, embora em muito menor número, alguns tintos de grande categoria nas gamas superiores.
As uvas brancas, essas, na quase totalidade do país já tinham sido vindimadas e as adegas enchiam-se de aromas frescos e frutados a vinho jovem. Sãs e perfeitamente equilibradas, deram origem a vinhos brancos de muito bom nível, finos e elegantes, com um teor de acidez que lhes permite manter a frescura na garrafa ao longo de alguns anos, sem preocupações de maior.
Já no que respeita a tintos, uma boa parte, sobretudo nas regiões mais quentes, foi vindimada antes da chuva e apresenta um nível equivalente aos brancos. As uvas vindimadas mais tarde, e que em muitos casos se destinavam aos vinhos topo de gama, tiveram dois destinos diferentes: umas, após a chuva, começaram a ganhar alguma podridão, exigindo uma seleção apurada na adega; outras, acabaram por recuperar o açúcar perdido com a água que caiu do céu e amadureceram em boas condições.
Assim, e para resumir em breves linhas a vindima de 2013, podemos contar com brancos excelentes em todos os segmentos de preço, tintos muitos bons, sobretudo nas gamas baixa e média e, embora em muito menor número, alguns tintos de grande categoria nas gamas superiores. E até há males que vêm por bem: em 2013, vários produtores não conseguiram atingir
a excelência que pretendiam para fazer topos de gama e destinaram esses vinhos, ainda assim de muito bom nível, às marcas de segmentos mais baratos

Quem ganha, naturalmente, é o consumidor. São assim os vinhos que nos traz esta primavera. Para as comidas da época, comecemos por privilegiar os brancos, escolhendo os mais leves, aromáticos e acídulos (Verdes, Bairrada, Beira Interior, Lisboa, Península de Setúbal) para os mariscos e peixes grelhados ou cozidos e os mais encorpados e profundos (Douro, Dão, Tejo, Alentejo) para as caldeiradas e os peixes gordos. Já o bacalhau pede um branco encorpado mas também com boa acidez, que corte a gordura do azeite que normalmente acompanha os pratos confecionados com o ‘fiel amigo’.
As carnes grelhadas, seja qual for a sua origem, vão muito bem com vinhos tintos jovens, de qualquer região. Ainda assim, escolham-se os mais vigorosos e taninosos para as carnes gordas e os mais suaves e elegantes para as carnes magras. Não esqueçamos, no meio de tudo isto, um tipo de vinho que, ainda que pouco cotado entre nós, é muito apreciado pelos consumidores estrangeiros e se revela o autêntico rei da esplanada’: o rosé. Fresco e jovem, cheio de aromas e sabores a frutos silvestres, é companhia ideal para saladas, enchidos e fumados, peixes gordos grelhados, arroz de marisco e frango de churrasco. Aproveitemos pois os dias mais amenos da primavera e saudemos a renovação da vida com os novos aromas e sabores que esta época nos traz.
Da vindima de 2013, podemos contar com brancos excelentes em todos os segmentos de preço, tintos muitos bons, sobretudo nas gamas baixa e média e, embora em muito menor número, alguns tintos de grande categoria nas gamas superiores.
sugestões de vinhos
De entre toda a oferta do Recheio, aqui deixamos algumas sugestões de brancos, rosés e tintos, vinhos frutados e frescos
6 Brancos jovens
• Deu-la-Deu Alvarinho branco (Vinho Verde)
• Quinta do Cardo branco (Beira Interior)
• Sottal Leve branco (Lisboa)
• Fiúza 3 castas branco (Tejo)
• Serras de Azeitão branco (Península
de Setúbal)
• Vinha d’Ervideira branco (Alentejo)
6 Rosés jovens
• Portal rosé (Douro)
• Colinas S. Lourenço rosé (Bairrada)
• Quinta da Alorna rosé (Tejo)
• Periquita rosé (Península de Setúbal)
• Tapada do Barão rosé (Alentejo)
• Caiado rosé (Alentejo)
6 Tintos jovens
• Assobio tinto (Douro)
• Esteva tinto (Douro)
• Cabriz tinto (Dão)
• Dona Ermelinda tinto (Península de Setúbal)
• Marquês de Borba tinto (Alentejo)
• Chaminé tinto (Alentejo)
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